No Brasil, evitamos falar em “interesse próprio” e “individualismo”, com medo de sermos tachados como egoístas. Porém, egoísmo não é sinônimo de individualismo. O egoísta é aquele que pauta suas as ações e desejos guiado SOMENTE pelo interesse próprio, enquanto o individualista entende que cada indivíduo busca sua felicidade, com base nas crenças de cada um, e que isso deve ser respeitado.
O senso comum leva a crer que é imoral agir de acordo com seus próprios interesses. Porém, um médico que doa seu tempo e por muitas vezes a sua própria vida para contribuir ao Médicos Sem Fronteiras, está agindo de acordo com seu interesse próprio, fundamentado naquilo que ele acredita ser para si, a melhor das condutas. Veja que, muito embora esteja agindo de forma individualista não se comporta de forma egoísta. Logo, percebe-se que não há imoralidade pelo simples fato de tomarmos decisões visando interesses próprios.
Vejamos outro exemplo, qual seja: O empreendedor é motivado pelo lucro, no entanto, em um livre mercado, a única maneira de auferir lucro é atendendo com qualidade as necessidades do cliente, com um custo menor do que o da concorrência. Ou seja, por mais egoísta que um empreendedor possa parecer, para obter lucro em um livre mercado, tem de se pensar na necessidade de terceiros.
Nesse contexto, Adam Smith, considerado por muitos o pai da economia moderna, dizia que o padeiro não faz o pão por benevolência, mas a livre iniciativa do padeiro beneficia o meio no qual ele está inserido.
Na contramão do individualismo, está o pensamento da esquerda que nos leva acreditar que o coletivo é mais importante que o indivíduo. Logo, faria todo sentido colocar um projeto ou um programa acima da vontade do indivíduo visando o bem comum. Esse tipo de pensamento ignora a heterogenia de ideias e de objetivos dos indivíduos e nos faz esquecer que o tangível é o indivíduo, o protagonista é o indivíduo e não as classes ou os coletivos.
Desta forma, o individualismo respeita as liberdades do indivíduo e o faz o único responsável por suas ações. Além disso, o incentiva a perseguir sua felicidade baseada nos seus próprios valores, pois afinal, em meio a tanta diversidade de ideias, buscar a felicidade coletiva é utopia.

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