sábado, 11 de junho de 2016

Câmara de Vereadores de Concórdia discute projeto Passe Livre

Está em discussão na Câmara de Vereadores de Concórdia um projeto para instituir o passe livre em Concórdia. Ou seja, transporte público grátis a todos os Concordiense.

Nós, do Grupo Liberalismo Concórdia, nos posicionamos contrários a este projeto.


Primeiramente, é necessário falar o óbvio: não existe transporte grátis. Alguém sempre terá que pagar a conta. Como a prefeitura não dispõe de nenhuma fonte de renda a não ser os impostos arrecadados, você mesmo que irá pagar caro Concordiense.
O fato do passageiro não pagar a passagem no ato do embarque não significa que o transporte é grátis. Apenas significa que você já pagou esta passagem para a prefeitura, e esta irá repassar o valor para a empresa.

Nós defendemos o caminho mais lógico. Se a prefeitura tem arrecadação sobrando para fornecer o passe livre, porque não reduzir os impostos, deixar o dinheiro na mão das pessoas, e que estas paguem a sua própria passagem, se assim o quiserem? Lembro ainda que Concórdia foi a cidade de Santa Catarina com maior percentual de aumento do IPTU em 2016: 11%.
Considere ainda que colocar políticos como intermediários no pagamento das passagens é um sério risco. Afinal, sabemos que não temos muitos santos ocupando cargos eletivos pelo Brasil.

Defensores do projeto alegam ser um projeto justo, já que beneficiaria pessoas de baixa renda. Nós discordamos. Justiça e moralidade existem quando os indivíduos que optaram por utilizar o transporte, de forma voluntária, fazem o pagamento pelo serviço prestado. E quem optou por não utilizar o transporte, não paga. A qualquer coisa diferente disso, não se pode chamar de justo.
Para realmente melhorar a vida das pessoas de menor renda, a solução para o transporte urbano é o livre mercado. Somente a concorrência oriunda do livre mercado é capaz de fornecer serviços melhores, que melhor atendem à necessidade do cliente, a um menor custo.

Nossa proposta para o setor é o fim do monopólio e a total abertura do mercado: qualquer pessoa ou empresa estaria livre para transportar pessoas (seja em motos, carros, vans, micro ônibus ou ônibus), fazendo o trajeto e as paradas que quisessem, cobrando o preço que quisessem. Sem nenhum tipo de intervenção ou regulação da prefeitura.

Há ainda a falácia ambiental: o projeto passe livre iria tirar carros das ruas, colaborando com o meio ambiente. Verdade? Se hoje o indivíduo opta por usar um meio de transporte mais caro (seu próprio carro) ao invés do transporte coletivo, significa que para este indivíduo o custo não é um fator importante. Logo, este certamente não iria mudar seu meio de transporte com a adoção do passe livre.
Pior ainda, o passe livre seria um incentivo para que indivíduos que hoje percorrem pequenos trajetos a pé ou de bicicleta (custo menor) passassem a utilizar o ônibus, aumentando assim o número de veículos necessários, aumentando a poluição ambiental e os custos para a prefeitura.


Sendo assim, concluímos que a adoção do passe livre é uma péssima ideia, sob o ponto de vista ético, econômico e ambiental.

Concorda com nossas ideias? Venha participar ativamente de nosso grupo!

12 comentários:

  1. Gostei, confesso que antes de ler esse texto achei meio inusitada a ideia de ser contra o projeto.

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    1. Não conhecia a PL olha que acompanho às sessões. Enfim lendo as colocações acima vejo com bons olhos o livre comércio de van,carros,motos etc.Claro tudo organizado dentro da regulamentação. Analiso que a concorrência seria bom para todos e a população teria opção de escolher o serviço a ser usado e não ficar com uma só. Analiso que deveria ser feita uma frente em relação a isso é mobilizar a sociedade a favor disso. É bom fomentar as ideias em outras cidades é utilizado outros transportes pra melhorar a qualidade dos serviços e claro o preço que caiba no bolso. Precisamos sentar e discutir a proposta pois menos carro na rua é menos poluição e todos ganham com isso desde segurança nas estradas etc.

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    2. Que bom que tenha gostado. O pensamento liberal é relativamente recente e pouco divulgado na mídia por ser visto com maus olhos por certos "intelectuais" formadores de opinião.
      Qualquer dúvida ou sugestão podem entrar em contato conosco pelo facebook.

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  2. Tbem acho que não daria muito certo ate pq a demanda de passageiros seria grande acredito que nao haveriam ônibus suficiente para transportar tanta gente pq sendo gratuito muita gente usaria o transporte ate mesmo os que tem carro ou moto p economizar na gasolina.

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    1. Edinara Krug, é exatamente essa a idea que a maioria da população opte pelo transporte de uso coletivo. A questão do passe livre é algo tão amplo e envolve tantos segmentos que é lamentável que a mesma seja vista apenas pelo lado da tributação.

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  3. Sou totalmente a favor do passe livre, o transporte gratuito beneficiaria uma gama enorme de pessoas, de fato a questão da arrecadação de impostos seria maior, entretanto existem diversas formas de fazer a arrecadação de modo que não pese no bolso do contribuinte, com uma política pública mais rígida em relação ao estacionamento rotativo, por exemplo, outro fator interessante é que a empresa que cuida do estacionamento rotativo no município é privada, esse serviço poderia ser efetuado pela prefeitura, deste modo toda a arrecadação viria para o município. No que se refere ao meio ambiente, concordo plenamente que a ação contribuiria muito com a diminuição da poluição, independente se os cidadãos tem a pretensão de continuar a utilizar o automóvel, não é essa a questão, e sim o INCENTIVO de que a cidade se torne gradativamente mais sustentável e devo admitir que no fundo do meu ser achei esse, o pior argumento em relação a esse assunto que eu - como urbanista em formação- já li. Esse é um pensamento pequeno.
    Óbvio que quem deve ter escrito esse “artigo” não utiliza o transporte coletivo, apenas o privado, não deve fazer ideia do significado de mobilidade urbana, pelo contrário deve ser a favor do aumento das vagas de estacionamento no município, do mesmo modo que a grande maioria das pessoas deve pensar, que o meu posicionamento a favor do passe livre deve-se ao fato da minha dependência do transporte coletivo, enganam-se. Não dependo nem um pouco do transporte coletivo, mas o utilizo quando posso, por isso posso falar com propriedade e de modo IMPARCIAL em relação ao mesmo.

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    1. Olá Fabiola,
      Transporte coletivo não é sinônimo de transporte público. A solução para a mobilidade urbana esta na economia compartilhada(modelos de negócios como o uber, easy taxi, airbnb), onde eu posso oferecer carona e cobrar por isso, posso dividir um táxi, posso usar uma van ou ônibus que não sejam do estado. O que defendemos é a não regulamentação por parte do estado no transporte coletivo, assim haveria mais soluções como uber bus.
      Nossa crítica é contra o estado monopolizar o transporte coletivo e obrigar o cidadão a pagar por algo que não é da escolha dele, o que aconteceria no caso do passe livre.

      Obrigado por ter comentado. Qualquer dúvida pode conversar conosco pela nossa página no facebook.

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    2. Fabiola, se o objetivo declarado do projeto é aumentar o uso do transporte coletivo, não seria um tanto lógico que o alvo do projeto são justamente pessoas que hoje não o utilizam? Pergunte em volta para as pessoas que não utilizam a razão de não utilizarem. Eu acho muito improvável que o fator determinante seja o custo da passagem. E muito provável que seja porque os ônibus são desconfortáveis e/ou não existem linhas e horários que atendam à demanda. O que defendo é a abertura do mercado, para que a concorrência faça aparecer várias outras opções de itinerários, horários, veículos e preços. Isso sim irá incentivar as pessoas a utilizarem o transporte coletivo, e de quebra, reduzirá o preço, facilitando a vida dos que já o utilizam.

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    3. Rodrigo concordo que mercado deva ser aberto , também não consigo entender como uma empresa consegue permanecer por tanto tempo "gerenciando" o transporte coletivo sem nenhuma concorrência. Entretanto devo atentar que apesar de todos esses problemas o transporte coletivo teve uma melhora significativa nos últimos meses, houve um aumento das linhas e dos horários em praticamente todos os bairros. Se eu perguntar a qualquer um que utiliza o automóvel como meio de transporte com certeza o fato de não existir horários para suprir suas necessidades seria a desculpa por não utilizar o transporte coletivo, no entanto se eu perguntar em relação aos horários, não há alma viva capaz de me citar apenas um. Ora o problema são com os horários que não me satisfazem. Mas quais são os horários mesmo??? Exatamente!!! Não sou hipócrita também utilizo automóvel,eu tenho plena consciência que contribuo com o congestionamento, com a falta de estacionamentos e de um modo geral com a poluição. Não procuro "desculpas" para não utilizar fielmente o transporte público, simplesmente assumo a responsabilidade.

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  4. Olá bom dia..

    Minha ideia de várias empresas concorrer ao transporte público seria uma boa e não só uma só a anos..Algo está errado e ninguém fala nada porque? Eu sou favorável que tenha uma legalização dos motoboys para transporte legal de passageiros com coletes tudo organizado como á no litoral por exemplo. Porque não experimentar vans e outros transportes que seriam de extrema importância para nossa cidade. Penso que porque só um setor pode arrecadar financeiramente e não dar espaços para outros principalmente como afirmei antes e a colega citou o uber bus.

    Penso que este negócio de monopólio só faz mau á outros setores e a população em geral ..

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  5. Ao grupo Liberalismo Concórdia só posso dizer que a "economia compartilhada" está muito longe de ser a solução para o problema da mobilidade urbana. Pode ser qualquer coisa menos a SOLUÇÃO para esse problema. Com uma linguagem bem coloquial posso GARANTIR que o buraco é mais embaixo. A solução para a mobilidade urbana está na diversidade de usos no que diz respeito aos deslocamentos, e quando digo isso me refiro a integração do transporte público, privado, peatonal e cicloviário. Apenas integrando esses quatro modais é que veremos o significado de mobilidade urbana em sua essência!!!

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  6. Fabiola, obrigado pelo contato e pelo interesse em nosso blog.

    Certamente existem muitas alternativas aplicáveis para a nossa cidade, algumas delas você mesma citou. UBER, para citar um exemplo, é somente uma pequena amostra do que virá nos próximos anos, já existem inclusive opções mais sustentáveis.

    Só não podemos nos fechar em nosso monopólio, ou não aproveitaremos as oportunidades que virão.

    E, retornando à proposta original do post, e concordando com a sua visão, somente uma combinação de diversas formas de transporte, competindo em um livre mercado, atingirá o objetivo de melhorar a mobilidade urbana.
    E na nossa visão, o passe livre não colabora para este fim.



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